terça-feira, 30 de agosto de 2011

Para Ivan Marquetti, a cor é a essência da pintura
São as cores, especialmente os vermelhos e alaranjados, que ditam a obra de Ivan Marquetti (1941-2004), artista carioca (falecido prematuramente), que encontrou em Ouro Preto um porto seguro para sua arte e, talvez, sua alma.

A despeito da técnica clássica e dos motivos tradicionais, como a paisagem colonial de Ouro Preto (MG) e Alcântara (MA), cidades nas quais passava temporadas regulares, sua pintura não se prendia a estilos e modismos, deixando entrever pelas cores emoções e sentimentos que só os verdadeiros artistas se permitem e oferecem aos amantes da arte genuína e autêntica.

Em depoimento, extraído do site http://www.ivanmarquetti.com.br/, ele afirma: “Elas (as cores) surgem das sensações diante de uma determinada paisagem. Eu tento captar a sua essência. E, conclui: “Para mim, não é o desenho que dá caráter a pintura, mas, sim, a cor que dá expressividade a ela.”
 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Carlos Scliar e sua forte ligação com Ouro Preto


Carlos Scliar (1920-2001) foi outro artista que adotou Ouro Preto como cidade-inspiração. Sua biografia, publicada em www.carlosscliar.com, diz que a força criadora do artista aflorou especialmente a partir dos anos 1960, quando conheceu e passou a morar periodicamente em Cabo Frio e Ouro Preto, cidades nas quais manteve casa e ateliê.

O texto diz: “...fator decisivo na vida de Scliar, com repercussão intensa sobre todo seu trabalho, foi a descoberta, em 1961, da cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais.” E prossegue: “poucas vezes uma região marcou tanto a obra de um artista brasileiro...” (Scliar era filho de imigrantes judeus, que viveram em Porto Alegre) e, ainda, “a arquitetura barroca, a atmosfera misteriosa e o espírito contido do homem que habita a antiga região do ouro atuaram de maneira impactante na alma do artista...”

Como contemporânea de Scliar em Ouro Preto, posso dizer que sua arte também marcou profundamente a cidade barroca... A objetividade de suas linhas, o uso contido, quase monocromático, das cores e clareza de suas composições pareciam opor-se às formas curvilíneas e rebuscadas da cidade... Mas, na verdade, obra e cidade se alimentavam mutuamente e as telas de Scliar, que retratam o casario ou objetos como partituras antigas, lamparinas, bules etc, em suas belas colagens, revelam sensações e experiências num reencontro do passado com o presente.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ninita viveu e sempre pintou Ouro Preto



Autodidata, Ninita Moutinho (1914-1989) passou da pintura de um ex-voto a naturezas-mortas e paisagens coloniais mineiras, especialmente, a de Ouro Preto, onde viveu de 1958 a 1968. Ao se transferir novamente para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, manteve-se contato permanente com a cidade barroca, onde pintou seu primeiro quadro, visitando-a periodicamente.

Apesar de ter desenvolvido estilo próprio, Ninita “não chegou a alcançar projeção compatível com a qualidade e a originalidadede de sua obra”, segundo a crítica de arte Rachel Jardim. Empregava a cor de maneira peculiar sempre sóbrias e recatadas o que a fez se distinguir entre os artistas primitivistas brasileiros. Entretanto, seu nome consta de dois importantes dicionários de artes plásticas brasileiros, de Roberto Pontual (1969 e 1973) e de José Roberto Teixeira Leite (1988).