sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ouro Preto é vista em "vôos rasantes" pelo
artista Tunico dos Telhados de Ouro Preto


Também o artista Antônio Marcos Paula, conhecido como Tunico, ou melhor, Tunico dos Telhados de Ouro Preto, pinta uma Ouro Preto simples e particular. Como se passeasse em vôo rasante pela cidade, ele retrata a paisagem barroca a partir dos telhados de seus casarões, às vezes, entremeados por igrejas, em composição alegre e ingênua, que ocupa toda a tela.

Tunico deixou cedo a bela e barroca cidade, para se aventurar em São Paulo em busca de trabalho. E lá, ao se dedicar à arte, buscou como tema e inspiração sua cidade natal, motivo permanente de sua pintura mesmo depois de voltar a viver e trabalhar (somente em arte) em Ouro Preto.

Sua carreira se desenvolveu, sobretudo, nos dois estados paulista e mineiro com exposições individuais e coletivas, premiações importantes e participação em acervos públicos e particulares.
 
 
 
 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

www.arteemouropreto.com.br

Uma Ouro Preto ingênua e colorida nas
telas do ouro-pretano Haroldo Rodriguez



Outro artista que retrata Ouro Preto de maneira simples e ingênua é Haroldo Rodriguez, que, além de ser parceiro do Arte em Ouro Preto, participa da coleção de quadros da cidade que originou este projeto virtual.

Autodidata, o artista é neto e filho de tradicional família ouro-pretana. Embora tenha nascido na cidade, em 1977, argumenta que despertou para as artes plásticas tardiamente, mas, aos 20 e poucos anos, já havia trocado a música pela pintura e, desde então, vive apenas da produção de suas telas.

Coloridas, elas trazem quase sempre um amontoado de casas coloniais, entrecortadas por igrejas e vales de montanhas, iluminadas ou não pelo brilho da lua, com alguma referência às paisagens etéreas e quase flutuantes do consagrado pintor Alberto da Veiga Guignard, por quem deixa-se influenciar na pintura.

Depois de breve contato com os tradicionais pintores marianenses Arley Camilo e Elias Layon, ao se decidir pela pintura, Haroldo inscreveu-se em cursos da Fundação de Arte de Ouro Preto, tendo aulas com o professor José Octávio Cavalcanti, a quem atribuiu boa parte de seu aprendizado em arte.





quarta-feira, 28 de dezembro de 2011


Ignácio Ramos da Silva  pinta uma
Ouro Preto ingênua e vibrante


Ingênuas e vibrantes, as telas do pintor pernambucano Ignácio Ramos da Silva, conhecido também como Ignácio da Nega, retratam uma Ouro Preto idealizada, com igrejas e casas cercadas por montanhas e vegetação colorida.

Nesta tela, intitulada “A Obra de Aleijadinho”, ele retrata a Igreja de São Francisco de Assis com figuras de sua região natal em ambiente alegre e bucólico, que leva a descobertas (possivelmente alegres, como sua pintura) por detrás de montanhas imponentes.

Nascido em Imbé, no interior de Pernambuco, em 1945, o artista despontou na arte brasileira ao participar de exposição coletiva em Recife em 1969, passando a ser convidado para mostras de pintura naïf (ou primitiva) em todo o Brasil, especialmente, em São Paulo.


terça-feira, 27 de dezembro de 2011


A natureza valoriza cenas "quase reais"
pintadas por Rubens Vargas


Outra tela do artista mineiro Rubens Vargas faz parte da coleção que originou o projeto virtual Arte em Ouro Preto, com blog e site de mesmo nome (www.arteemouropreto.com.br), que busca promover a cultura artística da cidade.

Em texto publicado , sabe-se que Vargas tornou-se ainda jovem um promissor pintor autodidata, estudando somente mais tarde, nos anos 1980, com os consagrados pintores Edgar Walter e Alberto Oliveira, com os quais pôde aperfeiçoar seus conhecimentos em pintura figurativa.

Nascido em Curvelo, Minas Gerais, em 1948, e radicado em Belo Horizonte, Vargas é reconhecido como um dos mais expressivos paisagistas da atualidade. Além de pintar, costuma compartilhar com os colegas de profissão a prática da pintura, ensinando-lhes, muitas vezes, técnicas apreendidas ao longo de sua trajetória.

Suas paisagens rurais e urbanas  retratam a realidade com perfeição quase fotográfica, tendo a natureza como forte elemento da composição. Nesta e na tela apresentada anteriormente (confira texto publicado em 13 de setembro), a vegetação exuberante valoriza a paisagem barroca. Aqui, a imponente Igreja de Nossa Senhora do Rosário, recortada pelo casario do bairro Rosário, visto da chamada Ponte Seca, em Ouro Preto, emerge do fundo verdejante de montanhas e vegetação urbana.




segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Bustamante Sá foi um pintor
essencialmente paisagista


Nascido no Rio de Janeiro, Rubens Fortes Bustamante Sá (1907-1988) foi pintor e reconhecido professor de pintura. Jovem, iniciou seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes, na qual teve por mestres os pintores Rodolfo Amoedo e Rodolfo Chambelland. E, já a partir de 1928, participou das edições do Salão Nacional de Belas Artes, conquistando os cobiçados prêmios de viagem ao país, em 1938, e de viagem ao exterior, em 1949, indo aperfeiçoar seus conhecimentos na Académie Julien, em Paris, entre os anos 1950 e 1952.

Antes, porém, em 1931, fez parte do Núcleo Bernadelli, que reunia pintores modernistas em espaço de convivência e estímulo mútuo, permanecendo por vários anos mesmo depois que seus fundadores dele se afastaram. Ao retornar ao país, promoveu com reconhecido sucesso sua primeira exposição individual, passando a se dedicar ao ensino das artes, especialmente, a pintura, por exemplo, na Escola Fluminense de Belas Artes.

Nas artes, Bustamante Sá foi essencialmente um pintor paisagista. Na vida, essencialmente um professor e como tal gostava de ensinar a prática da pintura ao ar livre, como ensinavam os antigos mestres da pintura acadêmica brasileira.

 






quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Com vivência européia, Genesco Murta
antecipou o Modernismo em Minas Gerais


Saudado como um dos grandes artistas mineiros, para alguns críticos de arte Genesco Murta (1885-1967)antecipou o Modernismo em Minas Gerais, como quer Márcio Sampaio em texto citado no Dicionário Crítico da Pintura no Brasil, de José Roberto Teixeira Leite: “Artista de bons recursos expressivos, (...) representou (...) um elo de licitação entre a pintura tradicional, com base no século XIX, e as novas tendências em ebulição no cenário artístico no imediato pós-guerra de 1914-18”.

Na tela acima, o artista retrata o cotidiano pacato de Ouro Preto em 1934, reunindo à pintura elementos típicos do Modernismo, especialmente, o pontilhismo derivado do Impressionismo europeu, sem se furtar, contudo, à realidade retratada. Ainda que não copiada, o artista via a natureza como condição primordial da pintura. Daí, cena tão tipicamente revelada.

Nascido em Minas Novas, Genesco Murta mudou-se para Belo Horizonte em 1910, destacando-se como pintor e caricaturista. Dois anos depois, viajou para a Europa, lá freqüentando a Académie de la Grande Chaumiére e a Académie Colarossi, em Paris. De volta à capital mineira, criou uma escola de desenho, gravura e escultura, com o gravador Luís de Soto, em 1915. Retornou mais uma vez à Europa, em 1922, estagiando na Academia Hoffman em Munique, na Alemanha. Dois anos depois, novamente no Brasil, empreende série de viagens às cidades coloniais mineiras, pintando telas e murais (retratos e paisagens).

terça-feira, 20 de dezembro de 2011


Wilde Lacerda, um autêntico pintor expressionista



Artista múltiplo, Wilde Lacerda (1929-1996) destacou-se na pintura e na escultura recebendo forte influência de Alberto da Veiga Guignard e Franz Weissmann, dos quais foi aluno e depois assistente, chegando a ser professor na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, que começou a freqüentar em 1946.


Suas primeiras telas, pintadas em estilo expressionista, conquistaram importantes premiações em salões de arte, nos primeiros anos de 1950. Fiel e dedicado, esteve sempre ao lado de seus mestres preferidos, tornando-se um dos colaboradores mais assíduos da escola, convivendo particularmente com Guignard, de quem foi também companheiro de jornadas artísticas.

Mas, a despeito das primeiras influências, Wilde seguiu caminho próprio e personalíssimo, tanto na pintura, quanto na escultura, que o levou ao reconhecimento dos colegas de profissão e à consagração entre críticos e colecionadores. Em 1968, o crítico Morgan Mota, entre outros, afirmava: “Sem se preocupar com correntes artísticas que aparecem e desaparecem, Wilde Lacerda, é antes de tudo um autêntico pintor expressionista”.

 




quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


Passando por diversas fases da pintura,
Nestor Peres retratou a paisagem urbana paulista e brasileira


Reconhecido pintor paulista, Nestor Peres (1920-2004) estudou no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, completando sua formação com outros renomados artistas: desenho e pintura com Waldemar Costa, aquarela com Felisberto Ranzini e xilogravura com Mário Zanini.

Começou a pintar e expor seus trabalhos nos anos 1950, retratando paisagens e figuras humanas. Sob influência do mestre Zanini, desenvolveu o gosto pela recriação da paisagem urbana, sobretudo a cena urbana paulistana, marcada pela evolução acelerada de suas construções, assumindo tendência geometrizante que o levou à plena abstração – o universo das cores chapadas a partir do estudo das relações formais e cromáticas da pintura. No entanto, nos anos 1980, retomou o universo das paisagens urbanas, sem, contudo, se preocupar em reproduzir a realidade.

Pintor, gravador, desenhista e artista gráfico, foi professor de desenho e pintura por mais de 20 anos na Associação Paulista de Belas Artes, onde também exerceu o cargo de conselheiro perpétuo e, entre outras atividades, participou como jurado de diversos salões de arte em cidades paulistas.
 
 
 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

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Roberto Mascarenhas usa a cor como
expressão das paisagens que retrata


Conhecido pintor belo-horizontino, nascido em 1953, Roberto Mascarenhas se interessou pela arte ainda menino, na escola, mas só pensou em se dedicar à pintura quando, jovem, passou uma temporada pintando a paisagem bucólica do Colégio Caraça.

Ficou lá uns três meses e, depois, vendeu todos os quadros que tinha pintado. Percebeu, então, que podia dar certo como pintor e resolveu estudar. Além da Escola Guignard, ele faz ainda hoje cursos de extensão em arte, mas gosta mesmo da pintura a óleo. De lá para cá, tem participado de muitas exposições coletivas e individuais.

Embora seu estilo seja o figurativo – flores e a paisagem mineira, como esta tela que retrata a Capela de Nosso senhor do Bonfim, no Pilar em Ouro Preto –, admira a arte abstrata, sobretudo, os trabalhos das pintoras brasileiras Tomie Ohtake e Fayga Ostrower. Gosta, especialmente, da idéia de trabalhar as cores. “Assim que visualizo uma cena e escolho o ângulo, penso em como as cores vão ficar na tela”, conta.


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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

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Aneto foi discípulo fiel de mestre Guignard
nos anos 1950

As paisagens nebulosas das cidades coloniais mineiras pintadas por Antônio Augusto Neto, conhecido artisticamente como Aneto, lembram não por acaso as telas de Alberto da Veiga Guignard. Ele é reconhecidamente um dos seguidores fiéis do famoso pintor.

Nascido em Diamantina, em 1933, Aneto deu início a sua carreira aos 22 anos na capital mineira. Ele gostava de desenhar e os colegas de trabalho indicaram-lhe a Escola de Belas Artes, que funcionava no Parque Municipal, sob a direção de Guignard.

Com a tela “Santa Efigênia”, pintada em Ouro Preto, recebeu um dos prêmios de menção honrosa em salões de arte promovidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, em 1954 e 1955. Algumas de suas telas fazem parte de museus, escolas de arte e universidades, como as da Flórida, nos Estados Unidos, e de Torino, na Itália.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

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Benigno retrata a realidade não como a vê,
mas com a sente e percebe


Mineiro, nascido em São Lourenço, em 1955, José Benigno Ribeiro, que assina simplesmente Benigno, é quase um artista autodidata, não fossem os seis meses em que freqüentou os cursos de desenho e pintura da Sociedade Brasileira de Belas Artes, quando, aos 21 anos, se transferiu para o Rio de Janeiro.

Ele viu seu talento despertar bem cedo, começando a pintar na adolescência, antes mesmo de completar 14 anos, e sua vocação ser confirmada ao aprender noções elementares de desenho e pintura e técnicas de preparo de telas, que considerou suficiente para se lançar como artista, passando a retratar marinhas e paisagens urbanas do Brasil, de Portugal e do mundo.

Vibrantes e luminosas, as pinturas de Benigno revelam a paleta de um artista romântico, que retrata a realidade do modo como sente e a percebe. Não exatamente com a vê, mas como a sente e percebe. Além do uso expressivo da cor, ele demonstra sempre o jogo habilidoso ente luz e sombras, por meio do qual impõe um ritmo, movimento e vivacidade às suas telas.

Vivas e comoventes, elas falam por si, como explica o escritor Ronaldo do Valle Simões: “a pintura de Benigno impressiona vivamente pela força da espontaneidade. Seus quadros muito bem tonados espelham um hábil jogo de luzes e sombras. Sua paleta emocionada, longe de modismos, revela um artista corajoso, romântico e autêntico em face ao seu realismo.”


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