sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ouro Preto é vista em "vôos rasantes" pelo
artista Tunico dos Telhados de Ouro Preto


Também o artista Antônio Marcos Paula, conhecido como Tunico, ou melhor, Tunico dos Telhados de Ouro Preto, pinta uma Ouro Preto simples e particular. Como se passeasse em vôo rasante pela cidade, ele retrata a paisagem barroca a partir dos telhados de seus casarões, às vezes, entremeados por igrejas, em composição alegre e ingênua, que ocupa toda a tela.

Tunico deixou cedo a bela e barroca cidade, para se aventurar em São Paulo em busca de trabalho. E lá, ao se dedicar à arte, buscou como tema e inspiração sua cidade natal, motivo permanente de sua pintura mesmo depois de voltar a viver e trabalhar (somente em arte) em Ouro Preto.

Sua carreira se desenvolveu, sobretudo, nos dois estados paulista e mineiro com exposições individuais e coletivas, premiações importantes e participação em acervos públicos e particulares.
 
 
 
 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

www.arteemouropreto.com.br

Uma Ouro Preto ingênua e colorida nas
telas do ouro-pretano Haroldo Rodriguez



Outro artista que retrata Ouro Preto de maneira simples e ingênua é Haroldo Rodriguez, que, além de ser parceiro do Arte em Ouro Preto, participa da coleção de quadros da cidade que originou este projeto virtual.

Autodidata, o artista é neto e filho de tradicional família ouro-pretana. Embora tenha nascido na cidade, em 1977, argumenta que despertou para as artes plásticas tardiamente, mas, aos 20 e poucos anos, já havia trocado a música pela pintura e, desde então, vive apenas da produção de suas telas.

Coloridas, elas trazem quase sempre um amontoado de casas coloniais, entrecortadas por igrejas e vales de montanhas, iluminadas ou não pelo brilho da lua, com alguma referência às paisagens etéreas e quase flutuantes do consagrado pintor Alberto da Veiga Guignard, por quem deixa-se influenciar na pintura.

Depois de breve contato com os tradicionais pintores marianenses Arley Camilo e Elias Layon, ao se decidir pela pintura, Haroldo inscreveu-se em cursos da Fundação de Arte de Ouro Preto, tendo aulas com o professor José Octávio Cavalcanti, a quem atribuiu boa parte de seu aprendizado em arte.





quarta-feira, 28 de dezembro de 2011


Ignácio Ramos da Silva  pinta uma
Ouro Preto ingênua e vibrante


Ingênuas e vibrantes, as telas do pintor pernambucano Ignácio Ramos da Silva, conhecido também como Ignácio da Nega, retratam uma Ouro Preto idealizada, com igrejas e casas cercadas por montanhas e vegetação colorida.

Nesta tela, intitulada “A Obra de Aleijadinho”, ele retrata a Igreja de São Francisco de Assis com figuras de sua região natal em ambiente alegre e bucólico, que leva a descobertas (possivelmente alegres, como sua pintura) por detrás de montanhas imponentes.

Nascido em Imbé, no interior de Pernambuco, em 1945, o artista despontou na arte brasileira ao participar de exposição coletiva em Recife em 1969, passando a ser convidado para mostras de pintura naïf (ou primitiva) em todo o Brasil, especialmente, em São Paulo.


terça-feira, 27 de dezembro de 2011


A natureza valoriza cenas "quase reais"
pintadas por Rubens Vargas


Outra tela do artista mineiro Rubens Vargas faz parte da coleção que originou o projeto virtual Arte em Ouro Preto, com blog e site de mesmo nome (www.arteemouropreto.com.br), que busca promover a cultura artística da cidade.

Em texto publicado , sabe-se que Vargas tornou-se ainda jovem um promissor pintor autodidata, estudando somente mais tarde, nos anos 1980, com os consagrados pintores Edgar Walter e Alberto Oliveira, com os quais pôde aperfeiçoar seus conhecimentos em pintura figurativa.

Nascido em Curvelo, Minas Gerais, em 1948, e radicado em Belo Horizonte, Vargas é reconhecido como um dos mais expressivos paisagistas da atualidade. Além de pintar, costuma compartilhar com os colegas de profissão a prática da pintura, ensinando-lhes, muitas vezes, técnicas apreendidas ao longo de sua trajetória.

Suas paisagens rurais e urbanas  retratam a realidade com perfeição quase fotográfica, tendo a natureza como forte elemento da composição. Nesta e na tela apresentada anteriormente (confira texto publicado em 13 de setembro), a vegetação exuberante valoriza a paisagem barroca. Aqui, a imponente Igreja de Nossa Senhora do Rosário, recortada pelo casario do bairro Rosário, visto da chamada Ponte Seca, em Ouro Preto, emerge do fundo verdejante de montanhas e vegetação urbana.




segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Bustamante Sá foi um pintor
essencialmente paisagista


Nascido no Rio de Janeiro, Rubens Fortes Bustamante Sá (1907-1988) foi pintor e reconhecido professor de pintura. Jovem, iniciou seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes, na qual teve por mestres os pintores Rodolfo Amoedo e Rodolfo Chambelland. E, já a partir de 1928, participou das edições do Salão Nacional de Belas Artes, conquistando os cobiçados prêmios de viagem ao país, em 1938, e de viagem ao exterior, em 1949, indo aperfeiçoar seus conhecimentos na Académie Julien, em Paris, entre os anos 1950 e 1952.

Antes, porém, em 1931, fez parte do Núcleo Bernadelli, que reunia pintores modernistas em espaço de convivência e estímulo mútuo, permanecendo por vários anos mesmo depois que seus fundadores dele se afastaram. Ao retornar ao país, promoveu com reconhecido sucesso sua primeira exposição individual, passando a se dedicar ao ensino das artes, especialmente, a pintura, por exemplo, na Escola Fluminense de Belas Artes.

Nas artes, Bustamante Sá foi essencialmente um pintor paisagista. Na vida, essencialmente um professor e como tal gostava de ensinar a prática da pintura ao ar livre, como ensinavam os antigos mestres da pintura acadêmica brasileira.

 






quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Com vivência européia, Genesco Murta
antecipou o Modernismo em Minas Gerais


Saudado como um dos grandes artistas mineiros, para alguns críticos de arte Genesco Murta (1885-1967)antecipou o Modernismo em Minas Gerais, como quer Márcio Sampaio em texto citado no Dicionário Crítico da Pintura no Brasil, de José Roberto Teixeira Leite: “Artista de bons recursos expressivos, (...) representou (...) um elo de licitação entre a pintura tradicional, com base no século XIX, e as novas tendências em ebulição no cenário artístico no imediato pós-guerra de 1914-18”.

Na tela acima, o artista retrata o cotidiano pacato de Ouro Preto em 1934, reunindo à pintura elementos típicos do Modernismo, especialmente, o pontilhismo derivado do Impressionismo europeu, sem se furtar, contudo, à realidade retratada. Ainda que não copiada, o artista via a natureza como condição primordial da pintura. Daí, cena tão tipicamente revelada.

Nascido em Minas Novas, Genesco Murta mudou-se para Belo Horizonte em 1910, destacando-se como pintor e caricaturista. Dois anos depois, viajou para a Europa, lá freqüentando a Académie de la Grande Chaumiére e a Académie Colarossi, em Paris. De volta à capital mineira, criou uma escola de desenho, gravura e escultura, com o gravador Luís de Soto, em 1915. Retornou mais uma vez à Europa, em 1922, estagiando na Academia Hoffman em Munique, na Alemanha. Dois anos depois, novamente no Brasil, empreende série de viagens às cidades coloniais mineiras, pintando telas e murais (retratos e paisagens).

terça-feira, 20 de dezembro de 2011


Wilde Lacerda, um autêntico pintor expressionista



Artista múltiplo, Wilde Lacerda (1929-1996) destacou-se na pintura e na escultura recebendo forte influência de Alberto da Veiga Guignard e Franz Weissmann, dos quais foi aluno e depois assistente, chegando a ser professor na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, que começou a freqüentar em 1946.


Suas primeiras telas, pintadas em estilo expressionista, conquistaram importantes premiações em salões de arte, nos primeiros anos de 1950. Fiel e dedicado, esteve sempre ao lado de seus mestres preferidos, tornando-se um dos colaboradores mais assíduos da escola, convivendo particularmente com Guignard, de quem foi também companheiro de jornadas artísticas.

Mas, a despeito das primeiras influências, Wilde seguiu caminho próprio e personalíssimo, tanto na pintura, quanto na escultura, que o levou ao reconhecimento dos colegas de profissão e à consagração entre críticos e colecionadores. Em 1968, o crítico Morgan Mota, entre outros, afirmava: “Sem se preocupar com correntes artísticas que aparecem e desaparecem, Wilde Lacerda, é antes de tudo um autêntico pintor expressionista”.

 




quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


Passando por diversas fases da pintura,
Nestor Peres retratou a paisagem urbana paulista e brasileira


Reconhecido pintor paulista, Nestor Peres (1920-2004) estudou no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, completando sua formação com outros renomados artistas: desenho e pintura com Waldemar Costa, aquarela com Felisberto Ranzini e xilogravura com Mário Zanini.

Começou a pintar e expor seus trabalhos nos anos 1950, retratando paisagens e figuras humanas. Sob influência do mestre Zanini, desenvolveu o gosto pela recriação da paisagem urbana, sobretudo a cena urbana paulistana, marcada pela evolução acelerada de suas construções, assumindo tendência geometrizante que o levou à plena abstração – o universo das cores chapadas a partir do estudo das relações formais e cromáticas da pintura. No entanto, nos anos 1980, retomou o universo das paisagens urbanas, sem, contudo, se preocupar em reproduzir a realidade.

Pintor, gravador, desenhista e artista gráfico, foi professor de desenho e pintura por mais de 20 anos na Associação Paulista de Belas Artes, onde também exerceu o cargo de conselheiro perpétuo e, entre outras atividades, participou como jurado de diversos salões de arte em cidades paulistas.
 
 
 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

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Roberto Mascarenhas usa a cor como
expressão das paisagens que retrata


Conhecido pintor belo-horizontino, nascido em 1953, Roberto Mascarenhas se interessou pela arte ainda menino, na escola, mas só pensou em se dedicar à pintura quando, jovem, passou uma temporada pintando a paisagem bucólica do Colégio Caraça.

Ficou lá uns três meses e, depois, vendeu todos os quadros que tinha pintado. Percebeu, então, que podia dar certo como pintor e resolveu estudar. Além da Escola Guignard, ele faz ainda hoje cursos de extensão em arte, mas gosta mesmo da pintura a óleo. De lá para cá, tem participado de muitas exposições coletivas e individuais.

Embora seu estilo seja o figurativo – flores e a paisagem mineira, como esta tela que retrata a Capela de Nosso senhor do Bonfim, no Pilar em Ouro Preto –, admira a arte abstrata, sobretudo, os trabalhos das pintoras brasileiras Tomie Ohtake e Fayga Ostrower. Gosta, especialmente, da idéia de trabalhar as cores. “Assim que visualizo uma cena e escolho o ângulo, penso em como as cores vão ficar na tela”, conta.


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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

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Aneto foi discípulo fiel de mestre Guignard
nos anos 1950

As paisagens nebulosas das cidades coloniais mineiras pintadas por Antônio Augusto Neto, conhecido artisticamente como Aneto, lembram não por acaso as telas de Alberto da Veiga Guignard. Ele é reconhecidamente um dos seguidores fiéis do famoso pintor.

Nascido em Diamantina, em 1933, Aneto deu início a sua carreira aos 22 anos na capital mineira. Ele gostava de desenhar e os colegas de trabalho indicaram-lhe a Escola de Belas Artes, que funcionava no Parque Municipal, sob a direção de Guignard.

Com a tela “Santa Efigênia”, pintada em Ouro Preto, recebeu um dos prêmios de menção honrosa em salões de arte promovidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, em 1954 e 1955. Algumas de suas telas fazem parte de museus, escolas de arte e universidades, como as da Flórida, nos Estados Unidos, e de Torino, na Itália.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

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Benigno retrata a realidade não como a vê,
mas com a sente e percebe


Mineiro, nascido em São Lourenço, em 1955, José Benigno Ribeiro, que assina simplesmente Benigno, é quase um artista autodidata, não fossem os seis meses em que freqüentou os cursos de desenho e pintura da Sociedade Brasileira de Belas Artes, quando, aos 21 anos, se transferiu para o Rio de Janeiro.

Ele viu seu talento despertar bem cedo, começando a pintar na adolescência, antes mesmo de completar 14 anos, e sua vocação ser confirmada ao aprender noções elementares de desenho e pintura e técnicas de preparo de telas, que considerou suficiente para se lançar como artista, passando a retratar marinhas e paisagens urbanas do Brasil, de Portugal e do mundo.

Vibrantes e luminosas, as pinturas de Benigno revelam a paleta de um artista romântico, que retrata a realidade do modo como sente e a percebe. Não exatamente com a vê, mas como a sente e percebe. Além do uso expressivo da cor, ele demonstra sempre o jogo habilidoso ente luz e sombras, por meio do qual impõe um ritmo, movimento e vivacidade às suas telas.

Vivas e comoventes, elas falam por si, como explica o escritor Ronaldo do Valle Simões: “a pintura de Benigno impressiona vivamente pela força da espontaneidade. Seus quadros muito bem tonados espelham um hábil jogo de luzes e sombras. Sua paleta emocionada, longe de modismos, revela um artista corajoso, romântico e autêntico em face ao seu realismo.”


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terça-feira, 29 de novembro de 2011

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Hezir Gomes pintou a bela e barroca Ouro Preto
em cores suaves e ritmadas


 Paulista de nascimento, Hezir Gomes (1916-1993) elegeu Ouro Preto para viver e pintar. Era escrivão aposentado da Polícia do Estado de São Paulo, quando deu início a sua carreira artística, em 1965, dois anos depois de se mudar para cidade, que passou a ser tema predominante de suas pinturas.
Em 1967, fez sua primeira exposição individual, na Galeria Pilão, onde funcionava tradicional hotel e restaurante de mesmo nome, no beco casarão hoje reconstruído e transformado no Centro Cultural e Turístico da Fiemg, na Praça Tiradentes.
Em texto autobiográfico, comenta que obteve inúmeras premiações ao participar de exposições coletivas, sobretudo, no eixo Minas-São Paulo. E, menciona o estímulo recebido de diversos artistas – Augusto Rodrigues, Yoshiya Takaoka, Edésio Esteves, Omar Pellegatta e também os ouro-pretanos Mário de Oliveira, Zé Pio e Katu – com os quais, certamente, teve a oportunidade de conviver nos anos 1960, 70 e 80, quando era comum a presença de pintores e seus cavaletes em franca atividade nos adros das igrejas e nas ruas da cidade.
De feição primitiva, sua pintura foi sempre delicada, em cores suaves e ritmadas, a revelar a cidade interiorana e pacata em que viveu.


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

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O arquiteto ouro-pretano Éolo Maia
pintou uma Ouro Preto alegre e vibrante


Esta vibrante pintura é uma dos poucos trabalhos artísticos do arquiteto ouro-pretano Éolo Maia (1942-2002), reconhecido nacional e internacionalmente como um dos expoentes da arquitetura pós-moderna mundial.
Pintada sobre eucatex sem data, remete aos tempos de juventude do arquiteto, possivelmente antes de ir estudar arquitetura e se fixar na capital mineira.
Embora recorrente em telas de outros pintores, a vista retratada mostra uma cidade alegre e calorosa, com casas multicoloridas pontuadas por vegetação exuberante em seus quintais, graças ao uso livre e expressivo das cores.
Trata-se, sem dúvida, de uma pintura sentimental em que a cidade é mostrada a partir de valores particulares, apreendidos na convivência diária com sua gente e seu forte passado histórico.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

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Milton Dacosta pintou Ouro Preto
com preceitos da arte moderna

A coleção de pinturas que originou o projeto virtual Arte em Ouro Preto está mais rica com tela do pintor Milton Dacosta (1915-1988), adquirida neste mês de novembro.


Intitulada Ouro Preto, trata-se de paisagem peculiar da velha cidade, sem as igrejas ou o casario barroco que hoje lhe conferem charme e fama internacional. Retratada em 1935 (em momento que a cidade amargava o desprestígio de ser preterida como capital do estado de Minas Gerais), a tela traz casas simples em rua de terra, revelando as origens da cidade.

Nesta época, o pintor integrava o Núcleo Bernadelli (1931-1941), composto por pintores que faziam oposição ao modelo tradicional de ensino da Escola Nacional de Belas Artes – Enba, Rio de Janeiro. Influenciados pelos princípios da pintura moderna, esses artistas preocupavam-se antes com os elementos da própria pintura – a cor e a pincelada, por exemplo – em detrimento do tema a ser pintado, que então pouco interessava.

Na tela recém-adquirida, percebe-se que Dacosta não se deteve em temas e ou elaborações demoradas, mas na captação sintética da estrutura plástica da própria pintura. Como se vê, a própria cidade é menos importante ao seu fazer artístico – econômico, ditado pelo uso expressivo da cor, por meio de pinceladas modulares e estruturais, que não refletem necessariamente a realidade ou o momento retratado.

Traço significativo que vai se perpetuar em sua obra, sobretudo, no final da década de 1950, quando, ao voltar da Europa, onde pôde conviver com várias artistas modernistas, entre eles, Braque, Matisse, Modigliani, Mondrian e Picasso, vai se aproximar do cubismo analítico e, mais tarde, do abstracionismo.


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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Paisagens são temas preferidos na obra
do artista paulistano Márcio Schiaz



Márcio Schiaz é artista paulistano premiado em salões nacionais e internacionais. Iniciou seus estudos em pintura ainda garoto na Associação Paulista de Belas Artes, desenvolvendo seus conhecimentos artistíscos no ateliê de Enio Cintra, onde estudou gravura, aperfeiçoando a técnica, mais tarde, no Museu Lasar Segall.

Com tal bagagem, sempre se sentiu à vontade para fazer o que mais gosta em arte: viajar e retratar as cenas urbanas por onde passa... Seu tema preferido são paisagens. Da capital paulista, onde nasceu e se formou, e às cidades coloniais mineiras, especialmente Ouro Preto, e também o Ro de Janeiro.

Essa tela, que retrata a ladeira de Santa Efigênia, em Ouro Preto, é uma das muitas cenas que pintou da cidade. Este ano, ao completar 25 anos de carreira, reuniu algumas delas a paisagens do centro histórico paulista e de marinhas cariocas, além de naturezas-mortas, em exposição comemorativa.

 


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Baptista Gariglio perpetua a tradição
da pintura paisagística pintada à óleo

Baptista Gariglio é engenheiro de formação, mas herdou da família o talento e o apreço pela pintura paisagística, iniciada pelas missões de artistas estrangeiras que aportaram no país ainda no século XIX. Seu maior expoente, o alemão Georg Grimm, influenciou gerações e gerações de pintores, entre eles, o grupo mineiro formado por Edgar Walter, Alberto Braga e Batista da Costa.

Foi com eles que, segundo o crítico Rui Alves Luis, “Gariglio aprendeu a traduzir a natureza com a interpretação emotiva de quem se sente inspirado pela sua beleza”. Engenheiro de formação, ele se fez artista especialmente pelas mãos do tio, já famoso, Alberto Braga. E, seja na pintura, seja na aquarela, técnicas que domina espetacularmente, ele retrata paisagens calmas e silenciosas, banhadas por luz plácida capaz de acentuar as cores e a atmosfera do que vê e sente no ato artístico.

Vale ressaltar que Gariglio pinta ainda hoje  "in loco", junto à cena ou paisagem que deseja retratar, perpetuando a tradição dos ensinamentos de Green (repassada às demais gerações) e demonstrando perfeita interação entre o artista (ou o ato arístico) e a natureza. Além de vários cursos feitos ao longo dos anos, o artista acumula premiações em salões e concursos de arte em Minas Gerais e, nos últimos anos, na Europa e Estados Unidos.

 


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Del Pino foi um dos um dos articuladores
do Modenismo em Minas



A trajetória de vida do artista Del Pino, ou melhor, Alberto André Delpino Junior, nascido em Barbacena em 1907 e falecido em Belo Horizonte em 1976, está intimamente ligada à história das artes plásticas mineira e brasileira. Filho do artista Alberto André Feijó Delpino (1864-1942) – célebre por criar o retrato oficial do herói nacional Joaquim José da Silva Xavier, com a pintura “Tiradentes enforcado” –, Delpino foi um artista múltiplo que, a exemplo do pai, se tornou notoriamente conhecido como ilustrador e cartunista de revistas de circulação nacional como Fon Fon, Cruzeiro, Semana Ilustrada e do Jornal do Brasil.

Como pintor foi um dos articulistas do movimento modernista em Minas Gerais, ao coordenar em 1936 o “Salão Bar Brasil” – uma controvertida exposição de pintura que reuniu acadêmicos e artistas de tendência modernista. Encabeçado por Delpino, o grupo queria demonstrar o descontentamento em relação à hegemonia do fluminense Aníbal de Matos, que vindo anos antes para a capital mineira, a convite do então governador Bias Fortes, dominava a cena das artes plásticas mineiras, especialmente, a partir da criação da Sociedade Mineira de Belas Artes, que organizava as chamadas “Exposições Gerais”.

O Salão repercutiu positivamente, revelando não somente novos nomes, mas ampliando significativamente as atividades artísticas da capital, que passou a contar com salões e exposições de arte, encampados pela prefeitura, além das promovidas pelo Estado. Nesse momento, as cidades coloniais mineiras passam especialmente a servir como tema das pinturas dos principais artistas da época – Genesco Murta, Honório Esteves, Aurélia Rubião, Augusto de Lima e tantos outros... Além de Delpino Junior e Aníbal de Matos, que, apesar do desagravo conviveram sempre pacificamente em nome da arte mineira.

 


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Também artistas abstratos, como Yugo Mabe,
pintaram a bela e barroca Ouro Preto


É curioso perceber a paisagem ouro-pretana nesta tela do artista paulista Yugo Mabe (1955). Pintada no esplendor da terceira década de sua vida, é uma das poucas telas vinculadas ao abstracionismo brasileiro a compor a coleção que originou o projeto virtual Arte em Ouro Preto. O que nos leva a crer que bela e barroca cidade atrai artistas de variadas épocas e estilos.

Yugo formou-se em Comunicação em 1977, mas nunca exerceu a profissão de comunicólogo ou publicitário, dedicando-se desde jovem à arte, especialmente a pintura, influenciado pelo pai – o famoso pintor Manabu Mabe (1924-1997) e alguns de seus amigos, que em texto apaixonante afirma nunca ter pretendido ensinar o filho a pintar, mas a ser verdadeiramente um artista... "que pinta pelo prazer de pintar".

Junto a outros imigrantes japoneses, como Tomie Ohtake (1913), pai e filho contribuíram fortemente para a formação e afirmação do chamado abstracionismo lírico, uma das muitas vertentes da arte abstrata desenvolvida, sobretudo, na Europa, a partir da década de 1930. Nesta vertente, a representação figurativa do mundo é substituída pela expressão da emotividade, do ritmo das cores e dos impulsos individuais do artista, que descarta, por exemplo, a perspectiva e os jogos tradicionais de sombra e luz.

Assim, a predominância de manchas e texturas pictóricas sugere a realidade apreendida pelo artista. Diante da tela de Yugo Mabe é possível perceber o serpenteado das casas que levam à Igreja Santa Efigênia, ou, ainda, a igreja São Francisco de Paula levitando sobre a densidade arquitetônica da paisagem ouro-pretana.




terça-feira, 27 de setembro de 2011

Autodidata, Milton Passos se fez artista
vindo morar em Ouro Preto


Outro paisagista bastante reconhecido na cidade, no país e também no exterior é Milton Passos. Filho de família mineira que se mudou há 60 anos para Ouro Preto, vinda do distrito de Felipe dos Santos, em Barra Longa, pode ser considerado um legítimo ouro-pretano.

A cidade que o pai escolheu morar, para que os filhos pudessem estudar, não poderia ter sido outra melhor. Voltados para os estudos, Milton e seus numerosos irmãos, sobretudo, Lúcia, Clélia e Auxiliadora cultivavam ainda o gosto pelas artes. E o clima artístico da cidade
certamente contribuiu para sua formação autodidata.

Além do apuro técnico e da fidelidade ao tema retratado – a paisagem colonial ouro-pretana –, a pintura de Milton Passos é marcada pelo uso expressivo das cores aliado ao jogo coerente de luz e sombra, retratando seja dias quentes e ensolarados, seja dias frios e nebulosos,
captando com lirismo a paisagem do cotidiano a cidade.


 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A natureza também está presente nas cenas
ouro-pretanas pintadas por Paulo Valadares
 
 

Outro pintor que se dedica a pintar a paisagem ouro-pretana de forma apurada e fiel é Paulo Roberto Valadares. Nascido em Ouro Preto em 1949, ele começou a pintar aos 12 anos, quando, impressionado com as procissões da Semana Santa, desenhou uma cena discreta – uma janela coberta por uma colcha, retratando um costume religioso herdado dos portugueses, ainda hoje cultivado na cidade.

De uma única janela, passou a portas e janelas de uma fachada até começar a pintar as paisagens de sua terra natal que o consagraram como artista. Nelas igrejas barrocas despontam em meio ao casario e à vegetação exuberante. Sim, como nas obras de outros paisagistas, a natureza é um elemento presente nas cenas ouro-pretanas retratadas por Valadares, como é mais conhecido. E ela é trazida com tamanha vivacidade que a cidade parece ainda mais encantadora.

Em 50 anos de arte, completados em 2011, o artista conta que nos primeiros 30 anos de sua carreira usava apenas o pincel e que depois passou a usar também a espátula, como um recurso para obter imagens mais luminosas e ainda mais realistas. E como autodidata, ele afirma que a técnica é fruto do trabalho e da experiência de uma vida dedicada inteiramente à arte, ou melhor, à pintura.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Novas telas de Weigel levam a
um passado recente de Ouro Preto

Mais duas telas do austríaco Rudolf Weigel (1907-1987), naturalizado brasileiro, e portanto chamado também Rodolfo, fazem parte da coleção Sala Ouro Preto, que motivou a criação do projeto virtual Arte em Ouro Preto, blog e site de mesmo nome,
que buscam promover a cultura artística original da cidade.


As novas telas mostram as igrejas de Nossa Senhora do Rosário e de São Francisco de Paula despontando em meio ao casario colonial, com vegetação exuberante dos antigos quintais que, a cada dia, deixam de existir na cidade, cedendo lugar a novas construções
e a desajeitados logradouros públicos.

Acadêmica e, por isso, fortemente vinculada à realidade – a cena vista e percebida pelo artista é retratada de modo fiel e o mais perfeito possível, como uma imitação da natureza é reconfortante ver e sentir a paisagem verdejante... as montanhas limpas de recentes construções e os quintais ainda com bananeiras e outras árvores a lembrar antigos pomares e hortas, de onde eram colhidas as frutas
ou a couve e outras verduras para compor a farta mesa mineira.

As pinturas de Weigel, assim com a de outros paisagistas dotados de sensibilidade e domínio técnico, nos levam de volta a um passado ainda recente, mas já distante de todos nós,
especialmente, moradores da cidade. Aprecie!

*para ver as outras telas, volte ao site; em Arte, clique em Pinacoteca e depois no nome do artista.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Wilson Vicente pinta paisagens
luminosas e nostálgicas

Outro excepcional paisagista mineiro é o artista Wilson Vicente. Nascido em 1951, em Cataguases, possui hoje carreira sólida, construída a partir de seus próprios esforços. Como autodidata, desenvolveu-se nas artes plásticas aprendendo sobre cores com o artista Raimundo Costa e acompanhando desde sempre a pintura técnica e perfeccionista de Edgar Walter.

Em cores luminosas, suas telas são um retrato fidedigno da paisagem  rural ou urbana  sobre a qual lança seu olhar, imbuídas de uma atmosfera lírica e poética, em que o homem está sempre presente. Chegam à perfeição suas nuvens, tanto em dias ensolarados, quanto enevoados, e a vegetação exuberante com árvores e folhagens floridas.


Neste "caminho das Lages", em que retrata a paisagem colonial ouro-pretana, ele resgata o cotidiano quase rural que a cidade exibia no século passado, pelo menos, até os anos 1960. A figura do tropeiro e sua mula com balaios carregados, lembra costumes que não voltam mais...



terça-feira, 13 de setembro de 2011

As paisagens de Rubens Vargas 
são como fotografias pintadas à mão



Nascido em Curvelo, em 1948, Rubens Vargas interessou-se pelo desenho desde muito cedo e, na juventude, mesmo sem cursar Artes, tornou-se um promissor artista autodidata,
retratando cenas e paisagens bucólicas.

Nos anos 1980, passou a contar com ensinamentos de pintores renomados, como Edgar Walter
e Alberto de Oliveira, dedicando-se a aprender técnicas que, hoje, fazem dele um dos mais expressivos paisagistas da atualidade.

Sua telas são como fotografias pintadas à mão, em que as cores se impregnam da atmosfera
(rural ou urbana) da paisagem retratada no ato da pintura. Entre belas naturezas-mortas
e ou cenas bucólicas, encontra-se ainda a paisagem das cidades coloniais mineiras,
especialmente Ouro Preto.



terça-feira, 6 de setembro de 2011

O gaúcho Carôllo (filho) pintou sua terra natal
e a paisagem colonial mineira.

Também pintores gaúchos se encantaram com a paisagem colonial mineira, especialmente a da bela e barroca Ouro Preto.


Esta paisagem foi pintada pelo porto-alegrense Edy Gomes Carôllo (1921-2000), dois anos depois de ser premiado, pela segunda vez, no Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1970.

Ele aprendeu a pintar com seu pai, o premiado artista Sobragil Gomes Carôllo (1896-1974), também gaúcho, que estudou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e depois, em Paris, França. E traçou caminho semelhante ao do pai.

Depois de sua primeira exposição, ocorrida em Pelotas, em 1941, foi viver no Rio de janeiro. Lá conquistou o Prêmio Viagem ao Exterior, em 1955, vivendo dois anos em Paris, onde chegou a realizar exposição individual. Embora sua pintura se caracterize pela fidelidade ao real, nos primeios anos de aprendizagem, dedicou-se a estudar outros pintores, especialmente os impressionistas franceses.



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Miguel Gontijo, premiado como
"melhor artista contemporâneo brasileiro"


Além de artista, Miguel Gontigo é filósofo e historiador. Realiza sua pintura lançando mão de todo o conhecimento que dispõe – informações do mundo da Arte, da Literatura e da História. Por isso, suas telas são carregadas de símbolos, códigos e outras anotações de cunho arqueológico.

Ele começou a estudar arte aos quinze anos, quando se mudou de Santo Antônio do Monte, sua terra natal, para Belo Horizonte, indo estudar na Escola Guignard em 1968. Lá descobriu sua aptidão para o desenho e a pintura. A partir de então, participou de exposições coletivas e individuais em todo país, recebendo premiações em diversos salões de arte. Até 1992, pintava especialmente aquarelas, passando, então, a se dedicar ao desenho e à pintura.

Este ano, recebeu o Prêmio Mário Pedrosa - Melhor Artista de Linguagem Contemporânea -2011, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte. O prêmio pode ser visto como a consagração de sua longa e produtiva carreira, que já, havia conquistado prestígio internacional, com a circulação de suas obras na França, Bélgica e Alemanha e, especialmente, a partir de 2000, graças a entrevista veiculada pelo artistabelga Michael Borremann em diversos canais culturais da TV Européia. Em 2009, além de exposição individual, lançou primoroso livro, com o registro de sua trajetória e mais de 500 obras, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.





quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Durval Pereira, artista diversas vezes premiado

Nascido em São Paulo, a paixão de Durval Pereira (1917-1984) sempre foi a pintura. Com a morte do pai, precisou ingressar muito jovem no mercado de trabalho, para ajudar no sustento da família, até que, ao receber o prêmio de menção honrosa no Salão Paulista de Artes Plásticas, em 1944,pôde se dedicar integralmente à pintura.

A partir daí, sua trajetória foi marcada por centenas de premiações, tanto no país, quanto no exterior, embora, alguns biógrafos afirmem que “sua maior tristeza era ser pouco reconhecido no Brasil”. Aqui, foi premiado em São Paulo, Santos, Jaboticabal e também em Porto Alegre e, fora do país, na França (Paris, Lyon, Rouem), Itália (Roma e Milão) e Estados Unidos (Miami).

Curiosamente, no dia de seu falecimento, recebeu a notícia de que havia recebido premiação máxima em artes plásticas na Itália: “La Madonina de Milano”.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Para Ivan Marquetti, a cor é a essência da pintura
São as cores, especialmente os vermelhos e alaranjados, que ditam a obra de Ivan Marquetti (1941-2004), artista carioca (falecido prematuramente), que encontrou em Ouro Preto um porto seguro para sua arte e, talvez, sua alma.

A despeito da técnica clássica e dos motivos tradicionais, como a paisagem colonial de Ouro Preto (MG) e Alcântara (MA), cidades nas quais passava temporadas regulares, sua pintura não se prendia a estilos e modismos, deixando entrever pelas cores emoções e sentimentos que só os verdadeiros artistas se permitem e oferecem aos amantes da arte genuína e autêntica.

Em depoimento, extraído do site http://www.ivanmarquetti.com.br/, ele afirma: “Elas (as cores) surgem das sensações diante de uma determinada paisagem. Eu tento captar a sua essência. E, conclui: “Para mim, não é o desenho que dá caráter a pintura, mas, sim, a cor que dá expressividade a ela.”
 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Carlos Scliar e sua forte ligação com Ouro Preto


Carlos Scliar (1920-2001) foi outro artista que adotou Ouro Preto como cidade-inspiração. Sua biografia, publicada em www.carlosscliar.com, diz que a força criadora do artista aflorou especialmente a partir dos anos 1960, quando conheceu e passou a morar periodicamente em Cabo Frio e Ouro Preto, cidades nas quais manteve casa e ateliê.

O texto diz: “...fator decisivo na vida de Scliar, com repercussão intensa sobre todo seu trabalho, foi a descoberta, em 1961, da cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais.” E prossegue: “poucas vezes uma região marcou tanto a obra de um artista brasileiro...” (Scliar era filho de imigrantes judeus, que viveram em Porto Alegre) e, ainda, “a arquitetura barroca, a atmosfera misteriosa e o espírito contido do homem que habita a antiga região do ouro atuaram de maneira impactante na alma do artista...”

Como contemporânea de Scliar em Ouro Preto, posso dizer que sua arte também marcou profundamente a cidade barroca... A objetividade de suas linhas, o uso contido, quase monocromático, das cores e clareza de suas composições pareciam opor-se às formas curvilíneas e rebuscadas da cidade... Mas, na verdade, obra e cidade se alimentavam mutuamente e as telas de Scliar, que retratam o casario ou objetos como partituras antigas, lamparinas, bules etc, em suas belas colagens, revelam sensações e experiências num reencontro do passado com o presente.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ninita viveu e sempre pintou Ouro Preto



Autodidata, Ninita Moutinho (1914-1989) passou da pintura de um ex-voto a naturezas-mortas e paisagens coloniais mineiras, especialmente, a de Ouro Preto, onde viveu de 1958 a 1968. Ao se transferir novamente para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, manteve-se contato permanente com a cidade barroca, onde pintou seu primeiro quadro, visitando-a periodicamente.

Apesar de ter desenvolvido estilo próprio, Ninita “não chegou a alcançar projeção compatível com a qualidade e a originalidadede de sua obra”, segundo a crítica de arte Rachel Jardim. Empregava a cor de maneira peculiar sempre sóbrias e recatadas o que a fez se distinguir entre os artistas primitivistas brasileiros. Entretanto, seu nome consta de dois importantes dicionários de artes plásticas brasileiros, de Roberto Pontual (1969 e 1973) e de José Roberto Teixeira Leite (1988).



terça-feira, 12 de julho de 2011

Rudolf Weigel pintou Ouro Preto
e outras paisagens brasileiras
Nascido em Viena, Áustria, Rudolf Weigel (1907-1987), ficou conhecido no Brasil como Rodolfo ou simplesmente Rudy, país que escolheu para viver depois de ter emigrado para a Argentina
no início dos anos 1930.

 No Brasil morou inicialmente em localidade do interior paulista, próxima à cidade de Jaçanã, até se mudar definitivamente para o Rio de Janeiro, morando em Santa Tereza e, depois, na zona norte carioca. Mas, foi em Santa Tereza, conhecido reduto de artistas e intelectuais cariocas,
que sua carreira de pintor tomou impulso.

Autodidata, ele começou a pintar ainda em Viena, enquanto trabalhava como letreirista de placas, reclames e fachadas. Em sua carreira, foi sempre recatado e não se preocupava em promover exposições ou participar de salões e outros eventos artísticos, deixando suas telas nas mãos de marchands e galeristas que as pudessem vender. Daí, serem poucos os registros de sua vida, embora tenha vivido cerca de sessenta anos totalmente dedicados à pintura,
sobretudo, paisagens de antigas cidades brasileiras, especialmente, Ouro Preto.
 
 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Festival de inverno de Ouro Preto

Inicia-se hoje em Ouro Preto-mg o Festival de Inverno 2011. Nosso projeto de apoio aos artistas locais,participa pela primeira vez este ano. Estamos representados por espaço do http://www.arteemouropreto.com.br/ montado no setor de receptivos do evento, na Praça Tiradentes, Centro Acadêmico.
Nossos artistas parceiros montaram interessante painel com suas obras.
Se estiver na cidade no periodo de 9 a 23 de julho, apareça. Horário de 10 as 22hs

quinta-feira, 30 de junho de 2011


Colette Pujol: domínio técnico a serviço da sensibilidade

Em sua carreira, a artista paulistana Colette Pujol (1913-1999) manteve-se fiel ao academicismo brasileiro, que se formou a partir da criação da Academia Imperial de Belas Artes, em 1726, no Rio de Janeiro, com a vinda da chamada Missão Artística Francesa.

É dela a frase: “A técnica é indispensável para o artista, mas sempre a serviço da sensibilidade, da expressão de um sentimento, de uma idéia. Nunca a técnica pela técnica.”
Segundo o crítico Fábio San Juan, a artista, que foi também professora, “preservou os cânones acadêmicos com a expressão de seus valores pessoais em obras com grande apuro técnico, resultando daí obras de grande beleza. (...) Suas pinturas a óleo, com casarios de Ouro Preto, retratos e naturezas-mortas, são uma mistura das lições da Academia e o senso de solidez de Cézanne."


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ouro Preto: cidade-tema das telas de Holmes Neves

Mineiro radicado no Rio de Janeiro, mais precisamente em Copacabana, onde gostava de morar e de onde dizia não querer sair, Holmes Neves (1925 - 2008) nunca se afastou de seu aprendizado artístico em Minas Gerais.

Nascido em Lima Duarte, mudou-se aos 21 anos para Belo Horizonte para estudar na Escola de Artes conduzida por Alberto da Veiga Guignard. Com ele, aprendeu a pintar e a retratar as cidades coloniais mineiras, especialmente Ouro Preto, que se tornou a cidade-tema de suas telas.


Discípulo fiel do mestre, quando perguntado sobre que conselhos daria a jovens artistas, afirmava: “Desenhar! Foi o que aprendi com Guignard. Ele não deixava a gente pintar até que se dominasse a técnica do desenho. E a gente desenhava sem usar a borracha... Não podia apagar, logo, não podia errar. Assim, condicionei meu traço e pude começar a pintar. Geralmente, quem desenha bem, pinta bem. Esse é o alicerce da pintura figurativa.”

 

terça-feira, 21 de junho de 2011

Elias Layon tem a Casa do Contos de Ouro Preto como predileção de sua pintura

 
Conhecido como “Pintor das Brumas”, Elias Layon é dos mais expressivos artistas marianenses. Além de pintar, dedica-se, há alguns anos, à escultura influenciado pelo Barroco Mineiro.

Nascido no Líbano, chegou com a família aos seis anos de idade para morar em Mariana. O dom de desenhar e pintar surgiu bem cedo, aos 7 anos de idade, quando ingressou pelas mãos de sua mãe, eterna incentivadora, na escola de artes da iugoslava Erna Antunes, formada pela Academia de Belas Artes de Viena, casada com industrial marianense. Depois, vieram outros cursos, como o de Pintura ao Ar Livre, à maneira dos impressionistas europeus, com Mário de Oliveira e Oscar Walzak, e o de Anatomia Humana, na Escola de Farmácia de Ouro Preto, além de estudos autodidatas que sempre realizou em seu ateliê em Mariana.


A tela mostrada acima retrata tema de sua predileção: a Casa dos Contos de Ouro Preto, que pinta desde menino. O tema das brumas é uma descoberta pessoal, que o faz voltar à chegada com a família em Mariana. Madrugada fria na estação ferroviária. O menino e a cidade imersa em névoas... Sem dúvida, um modo romântico de ver e sentir a paisagem colonial de Ouro Preto e Mariana... Etérea, silenciosa e envolta em mistérios, que nos transportam a histórias e lembranças passadas.


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sérgio Telles, artista do mundo

 


A biografia de Sérgio Telles (1936) conta que ele começou a pintar ainda garoto, aos nove anos, orientado pelo pintor Levino Fânzeres, no Rio de Janeiro. Moço, aos 18 anos, participou do primeiro e depois de outros salões de arte, conquistando várias premiações. Uma delas o fez viajar para a Bahia e outra, para Europa.

Dez anos depois, fez-se diplomata e ganhou novamente o mundo como representante consular e... artista. Acompanhado de seu cavalete, viveu por quase sessenta anos na Europa, África e Ásia, registrando cenas, paisagens e naturezas mortas em cores vibrantes e pinceladas vigorosas, que sua arte próxima a dos mestres “fauvistas” franceses.

Por viver tanto tempo fora do país, “sua obra de pintor não se tornou conhecida dos brasileiros quanto merecia”, como ressalta o poeta e crítico Ferreira Gullar. Aqui, retratou Minas e, claro, Ouro Preto (aqui, a Igraja São José vista da rua Direita), São Paulo, Bahia, Pará, Amazonas, além do Rio de Janeiro. É também desenhista e gravador com belos álbuns de águas-fortes, litografias e serigrafias editados.

Em 2006, aposentou-se das funções diplomáticas, mas não abandonou o cavalete e os instrumentos de sua arte. Além de continuar, pintando, participou ativamente da edição de seu livro “Sergio Telles – Caminhos da Cor” (G. Ermakoff Casa Editorial), lançado a cerca de dois anos.


terça-feira, 14 de junho de 2011

Takaoka, paisagens além de tropas de cavalos


Há cerca de 30 anos, quem viveu em Ouro Preto lembra-se de Yoshiya Takaoka (1909-1978), o artista que gostava de desenhar tropas de cavalos revoltos e que deixou belas pinturas (que ainda estão lá), por exemplo, nas paredes do tradicional Bar Toffolo. Mas, talvez não saiba que sua vida foi totalmente dedicada à arte e que como artista e professor de artes “soube captar com frescor e talento todos os temas que explorou, sempre com domínio técnico e poesia”, como escreve o crítico Ivo Zanini no livro Takaoka: vida, obras, depoimentos.

Ainda segundo Zanini, "Nas dezenas de telas, desenhos e aquarelas que trabalhou, Takaoka enfocou cenas e aspectos de nossas cidades antigas...” e, naturalmente, de Ouro Preto, onde passava temporadas registrando o que via – casario e paisagens – como via e percebia, pouco inventando em seu atelier.


A tela acima foi pintada por Takaoka no Beco do Arieira, em Ouro Preto, em 1970. Mostra como a cidade se transformou nos últimos anos...


sábado, 11 de junho de 2011

Bax, entre o tradicional e o moderno



Esta é uma das três telas do artista mineiro Petrônio Bax (1927-2009) que integram a coleção Sala Ouro Preto, do projeto Arte em Ouro Preto. Traz a Igreja de Santa Efigênia e o casario de seu entorno submersos e envoltos por algas, peixes e outros animais marinhos – elementos emblemáticos de sua pintura.

Segunda a historiadora Ivone Vieira, que publicou livro sobre sua trajetória artística, “Bax, com uma contradição – o mundo terreno submerso –, ... põe-se à procura do divino, elemento que traz a luz, o conhecimento, aspectos que para ele tornariam o homem mais humano”, vendo na obra do artista a afirmação do sublime, do espiritual e do transcendente.

Ex-aluno de Alberto da Veiga Guignard, de quem se pode perceber forte influência, o artista articula o tradicional e o moderno, dando ênfase à pintura e ao resgate do barroco e, ao mesmo tempo, adotando o surrealismo e, por vezes, o abstracionismo, temas estéticos oriundos da escola Modernista.

Para ver as outras obras, acesse http://www.arteemouropreto.com.br/. Em Arte, clique em Pinacoteca e, depois, no nome do artista.


terça-feira, 7 de junho de 2011

Pellegatta, um dos cinco artistas do grupo Tapir





O largo da Matriz do Pilar tendo, ao fundo, o Pico do Itacolomi, foi pintado por Omar Pellegatta em Ouro Preto. Ele é um dos cinco artistas paulistanos que integraram o grupo Tapir, movimento artístico formado, sobretudo, por filhos de imigrantes italianos, que pintavam marinhas e paisagens urbanas, viajando a cidades do litoral paulista e do interior colonial mineiro.

À margem dos movimentos de vanguarda, que surgiram entre os anos 1960 e 1980 nas artes plásticas nacionais, como o Concretismo, a Op Art e o Neoconcretismo, esses artistas – Giancarlo Zorlini, Glycerio Geraldo Carnelosso, João Simeone, José Procópio de Moraes, além de Pellegatta (1925-2000) – movimentam a cena artística paulistana, promovendo exposições e participando leilões de arte, especialmente depois da primeira exposição que realizam em março de 1968.

Curioso, o nome do grupo foi dado pelo crítico de arte, Quirino da Silva, que adotou designação genérica de uma espécie de anta – maior mamífero da América do Sul –, argumentando que se ela era um símbolo da fauna brasileira, as paisagens nacionais pintadas pelo grupo, especialmente o casario colonial, eram também representante significativo da cultura arquitetônica nacional.


domingo, 5 de junho de 2011

Zechetto, Bonadei, Volpi e outros artistas



Oriundo do grupo Santa Helena, que reunia artesãos e trabalhadores da classe média paulistana em torno da pintura neo-impressionista, José Lino Zechetto pintou, sobretudo, marinhas e paisagens, a partir dos anos 1930. Era gráfico e se dedicava às artes somente nos finais de semana, quando viajava com outros colegas para desenhar e pintar locais bucólicos e pitorescos, como as praias paulistas e as cidades coloniais mineiras.

O grupo ficou assim conhecido por se concentrar em “salas alugadas do antigo Palacete Santa Helena, na Praça da Sé, para sobreviver pintando residências, escritórios e edifícios”, como conta o crítico Roberto Stavale no site www.usinadeletras.com.br. Nas manhãs de domingo, eles se reuniam no Parque D. Pedro II, no centro de São Paulo, para expor seus trabalhos. Entre eles, Bonadei, Volpi e Mário Zanini tornaram-se nomes destacados nas artes plásticas nacionais.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Carnelosso, dublê de escultor e pintor



O texto crítico de Paulo Mendes de Almeida parecer ter sido feito para a tela apresentada abaixo:


“...Carnelosso é dublê de escultor e pintor, por isso é o sentido das massas, das formas em sua plasticidade, o que prepondera em sua pintura. Sua tendência é do realismo poético...” (1978)

Glycério Geraldo Carnelosso (1921-2009), conhecido artisticamente como Carnelosso, foi um artista tipicamente paulistano. Nascido no interior, mudou-se com a família para a capital paulista, começando a pintar aos treze anos, fascinado pela arte e os artistas desta época.

Estudou com importantes nomes da Arte paulistana, entre eles, Joseph Barchitta, do qual sofreu forte influência no início da carreira e, mais tarde, com Ângelo Simeone, freqüentando seu ateliê por vários anos. Com colegas, formou os grupos Tapir e Chácara Flora, que vão se caracterizar por pinturas de paisagens, casarios, marinhas e também modelos vivos, feitas, sobretudo, em inúmeras viagens a Ouro Preto, Tiradentes, Diamantina, Paraty e também cidades litorâneas paulistas.


sábado, 28 de maio de 2011

Frederico Bracher: artista múltiplo e atuante


 

Esta ensolarada vista dos fundos da Matriz de Antônio Dias foi pintada por Frederico Bracher Junior, tio do afamado pintor Carlos Bracher, em Ouro Preto, em 1970. Mostra perfeito domínio da pintura Acadêmica, estilo que o acompanhou durante toda sua carreira artística, iniciada aos onze anos de idade, em Belo Horizonte.

Embora tenha ingressado nas artes pela pintura e pela música, Frederico Bracher (1920-1984) foi um artista múltiplo: desenhista, gravador, pintor, escultor, ceramista e violinista. E, também, dinâmico e atuante. Começou a expor suas pinturas a partir de 1935. Em 1938 conquistou o prêmio de Pintuta do jornal Estado de Minas. Em 1939, abriu sua primeira Escola de Artes em Montes Claros e, até 1953, duas outras, em Juiz de Fora e Belo Horizonte. Criou, ainda, a Associação dos Artistas Plásticos de Minas Gerais (primeira instituição desta natureza do Estado) e ajudou a fundar a Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mais um grande artista no www.arteemouropreto.com.br

Minha coleção de imagens de Ouro Preto teve inicio quando passeando pela rua Direita,entrei no atelier de Tunico e me encantei com seu telhados. Comprado o primeiro trabalho, cada vez que o admirava mais me encantava e mais sonhava com a arquitetura de nossa capital primeira. As obras de Tunico ,a partir de amanhã ,estarão no nosso site www.arteemouropreto.com.br  sub item "artistas e loja "e nos próimos dias o primeiro exemplar a que me referi no sub item "pinacoteca". Curtam !

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Festival de Inverno de Ouro Preto

Aproxima-se o festival de inverno de Ouro Preto em Julho 2011.
Oportunidade para os interessados nas artes mineiras, em todas as suas manifestações, encontrarem-se em nossa capital primeira , aprenderem, ensinarem, trocarem conhecimentos.
Importante será , que o público que se dirige a esta cidade neste período do ano, sem vinculação com o festival, também seja captado para o evento.
Mais pessoas, mais ideias, novos interessados  em manifestações artísticas.
Para tal espera-se que a FAOP, organizadora do evento, receba o apoio de toda a comunidade local na divulgação, participação e  recepção de visitantes.
Vamos reviver os grandes Festivais de Inverno de Ouro Preto , em sua versão moderna mas com o vigor das edições que consagraram este evento.