quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Com vivência européia, Genesco Murta
antecipou o Modernismo em Minas Gerais


Saudado como um dos grandes artistas mineiros, para alguns críticos de arte Genesco Murta (1885-1967)antecipou o Modernismo em Minas Gerais, como quer Márcio Sampaio em texto citado no Dicionário Crítico da Pintura no Brasil, de José Roberto Teixeira Leite: “Artista de bons recursos expressivos, (...) representou (...) um elo de licitação entre a pintura tradicional, com base no século XIX, e as novas tendências em ebulição no cenário artístico no imediato pós-guerra de 1914-18”.

Na tela acima, o artista retrata o cotidiano pacato de Ouro Preto em 1934, reunindo à pintura elementos típicos do Modernismo, especialmente, o pontilhismo derivado do Impressionismo europeu, sem se furtar, contudo, à realidade retratada. Ainda que não copiada, o artista via a natureza como condição primordial da pintura. Daí, cena tão tipicamente revelada.

Nascido em Minas Novas, Genesco Murta mudou-se para Belo Horizonte em 1910, destacando-se como pintor e caricaturista. Dois anos depois, viajou para a Europa, lá freqüentando a Académie de la Grande Chaumiére e a Académie Colarossi, em Paris. De volta à capital mineira, criou uma escola de desenho, gravura e escultura, com o gravador Luís de Soto, em 1915. Retornou mais uma vez à Europa, em 1922, estagiando na Academia Hoffman em Munique, na Alemanha. Dois anos depois, novamente no Brasil, empreende série de viagens às cidades coloniais mineiras, pintando telas e murais (retratos e paisagens).

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