terça-feira, 29 de novembro de 2011

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Hezir Gomes pintou a bela e barroca Ouro Preto
em cores suaves e ritmadas


 Paulista de nascimento, Hezir Gomes (1916-1993) elegeu Ouro Preto para viver e pintar. Era escrivão aposentado da Polícia do Estado de São Paulo, quando deu início a sua carreira artística, em 1965, dois anos depois de se mudar para cidade, que passou a ser tema predominante de suas pinturas.
Em 1967, fez sua primeira exposição individual, na Galeria Pilão, onde funcionava tradicional hotel e restaurante de mesmo nome, no beco casarão hoje reconstruído e transformado no Centro Cultural e Turístico da Fiemg, na Praça Tiradentes.
Em texto autobiográfico, comenta que obteve inúmeras premiações ao participar de exposições coletivas, sobretudo, no eixo Minas-São Paulo. E, menciona o estímulo recebido de diversos artistas – Augusto Rodrigues, Yoshiya Takaoka, Edésio Esteves, Omar Pellegatta e também os ouro-pretanos Mário de Oliveira, Zé Pio e Katu – com os quais, certamente, teve a oportunidade de conviver nos anos 1960, 70 e 80, quando era comum a presença de pintores e seus cavaletes em franca atividade nos adros das igrejas e nas ruas da cidade.
De feição primitiva, sua pintura foi sempre delicada, em cores suaves e ritmadas, a revelar a cidade interiorana e pacata em que viveu.


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

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O arquiteto ouro-pretano Éolo Maia
pintou uma Ouro Preto alegre e vibrante


Esta vibrante pintura é uma dos poucos trabalhos artísticos do arquiteto ouro-pretano Éolo Maia (1942-2002), reconhecido nacional e internacionalmente como um dos expoentes da arquitetura pós-moderna mundial.
Pintada sobre eucatex sem data, remete aos tempos de juventude do arquiteto, possivelmente antes de ir estudar arquitetura e se fixar na capital mineira.
Embora recorrente em telas de outros pintores, a vista retratada mostra uma cidade alegre e calorosa, com casas multicoloridas pontuadas por vegetação exuberante em seus quintais, graças ao uso livre e expressivo das cores.
Trata-se, sem dúvida, de uma pintura sentimental em que a cidade é mostrada a partir de valores particulares, apreendidos na convivência diária com sua gente e seu forte passado histórico.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

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Milton Dacosta pintou Ouro Preto
com preceitos da arte moderna

A coleção de pinturas que originou o projeto virtual Arte em Ouro Preto está mais rica com tela do pintor Milton Dacosta (1915-1988), adquirida neste mês de novembro.


Intitulada Ouro Preto, trata-se de paisagem peculiar da velha cidade, sem as igrejas ou o casario barroco que hoje lhe conferem charme e fama internacional. Retratada em 1935 (em momento que a cidade amargava o desprestígio de ser preterida como capital do estado de Minas Gerais), a tela traz casas simples em rua de terra, revelando as origens da cidade.

Nesta época, o pintor integrava o Núcleo Bernadelli (1931-1941), composto por pintores que faziam oposição ao modelo tradicional de ensino da Escola Nacional de Belas Artes – Enba, Rio de Janeiro. Influenciados pelos princípios da pintura moderna, esses artistas preocupavam-se antes com os elementos da própria pintura – a cor e a pincelada, por exemplo – em detrimento do tema a ser pintado, que então pouco interessava.

Na tela recém-adquirida, percebe-se que Dacosta não se deteve em temas e ou elaborações demoradas, mas na captação sintética da estrutura plástica da própria pintura. Como se vê, a própria cidade é menos importante ao seu fazer artístico – econômico, ditado pelo uso expressivo da cor, por meio de pinceladas modulares e estruturais, que não refletem necessariamente a realidade ou o momento retratado.

Traço significativo que vai se perpetuar em sua obra, sobretudo, no final da década de 1950, quando, ao voltar da Europa, onde pôde conviver com várias artistas modernistas, entre eles, Braque, Matisse, Modigliani, Mondrian e Picasso, vai se aproximar do cubismo analítico e, mais tarde, do abstracionismo.


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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Paisagens são temas preferidos na obra
do artista paulistano Márcio Schiaz



Márcio Schiaz é artista paulistano premiado em salões nacionais e internacionais. Iniciou seus estudos em pintura ainda garoto na Associação Paulista de Belas Artes, desenvolvendo seus conhecimentos artistíscos no ateliê de Enio Cintra, onde estudou gravura, aperfeiçoando a técnica, mais tarde, no Museu Lasar Segall.

Com tal bagagem, sempre se sentiu à vontade para fazer o que mais gosta em arte: viajar e retratar as cenas urbanas por onde passa... Seu tema preferido são paisagens. Da capital paulista, onde nasceu e se formou, e às cidades coloniais mineiras, especialmente Ouro Preto, e também o Ro de Janeiro.

Essa tela, que retrata a ladeira de Santa Efigênia, em Ouro Preto, é uma das muitas cenas que pintou da cidade. Este ano, ao completar 25 anos de carreira, reuniu algumas delas a paisagens do centro histórico paulista e de marinhas cariocas, além de naturezas-mortas, em exposição comemorativa.

 


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Baptista Gariglio perpetua a tradição
da pintura paisagística pintada à óleo

Baptista Gariglio é engenheiro de formação, mas herdou da família o talento e o apreço pela pintura paisagística, iniciada pelas missões de artistas estrangeiras que aportaram no país ainda no século XIX. Seu maior expoente, o alemão Georg Grimm, influenciou gerações e gerações de pintores, entre eles, o grupo mineiro formado por Edgar Walter, Alberto Braga e Batista da Costa.

Foi com eles que, segundo o crítico Rui Alves Luis, “Gariglio aprendeu a traduzir a natureza com a interpretação emotiva de quem se sente inspirado pela sua beleza”. Engenheiro de formação, ele se fez artista especialmente pelas mãos do tio, já famoso, Alberto Braga. E, seja na pintura, seja na aquarela, técnicas que domina espetacularmente, ele retrata paisagens calmas e silenciosas, banhadas por luz plácida capaz de acentuar as cores e a atmosfera do que vê e sente no ato artístico.

Vale ressaltar que Gariglio pinta ainda hoje  "in loco", junto à cena ou paisagem que deseja retratar, perpetuando a tradição dos ensinamentos de Green (repassada às demais gerações) e demonstrando perfeita interação entre o artista (ou o ato arístico) e a natureza. Além de vários cursos feitos ao longo dos anos, o artista acumula premiações em salões e concursos de arte em Minas Gerais e, nos últimos anos, na Europa e Estados Unidos.