terça-feira, 27 de setembro de 2011

Autodidata, Milton Passos se fez artista
vindo morar em Ouro Preto


Outro paisagista bastante reconhecido na cidade, no país e também no exterior é Milton Passos. Filho de família mineira que se mudou há 60 anos para Ouro Preto, vinda do distrito de Felipe dos Santos, em Barra Longa, pode ser considerado um legítimo ouro-pretano.

A cidade que o pai escolheu morar, para que os filhos pudessem estudar, não poderia ter sido outra melhor. Voltados para os estudos, Milton e seus numerosos irmãos, sobretudo, Lúcia, Clélia e Auxiliadora cultivavam ainda o gosto pelas artes. E o clima artístico da cidade
certamente contribuiu para sua formação autodidata.

Além do apuro técnico e da fidelidade ao tema retratado – a paisagem colonial ouro-pretana –, a pintura de Milton Passos é marcada pelo uso expressivo das cores aliado ao jogo coerente de luz e sombra, retratando seja dias quentes e ensolarados, seja dias frios e nebulosos,
captando com lirismo a paisagem do cotidiano a cidade.


 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A natureza também está presente nas cenas
ouro-pretanas pintadas por Paulo Valadares
 
 

Outro pintor que se dedica a pintar a paisagem ouro-pretana de forma apurada e fiel é Paulo Roberto Valadares. Nascido em Ouro Preto em 1949, ele começou a pintar aos 12 anos, quando, impressionado com as procissões da Semana Santa, desenhou uma cena discreta – uma janela coberta por uma colcha, retratando um costume religioso herdado dos portugueses, ainda hoje cultivado na cidade.

De uma única janela, passou a portas e janelas de uma fachada até começar a pintar as paisagens de sua terra natal que o consagraram como artista. Nelas igrejas barrocas despontam em meio ao casario e à vegetação exuberante. Sim, como nas obras de outros paisagistas, a natureza é um elemento presente nas cenas ouro-pretanas retratadas por Valadares, como é mais conhecido. E ela é trazida com tamanha vivacidade que a cidade parece ainda mais encantadora.

Em 50 anos de arte, completados em 2011, o artista conta que nos primeiros 30 anos de sua carreira usava apenas o pincel e que depois passou a usar também a espátula, como um recurso para obter imagens mais luminosas e ainda mais realistas. E como autodidata, ele afirma que a técnica é fruto do trabalho e da experiência de uma vida dedicada inteiramente à arte, ou melhor, à pintura.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Novas telas de Weigel levam a
um passado recente de Ouro Preto

Mais duas telas do austríaco Rudolf Weigel (1907-1987), naturalizado brasileiro, e portanto chamado também Rodolfo, fazem parte da coleção Sala Ouro Preto, que motivou a criação do projeto virtual Arte em Ouro Preto, blog e site de mesmo nome,
que buscam promover a cultura artística original da cidade.


As novas telas mostram as igrejas de Nossa Senhora do Rosário e de São Francisco de Paula despontando em meio ao casario colonial, com vegetação exuberante dos antigos quintais que, a cada dia, deixam de existir na cidade, cedendo lugar a novas construções
e a desajeitados logradouros públicos.

Acadêmica e, por isso, fortemente vinculada à realidade – a cena vista e percebida pelo artista é retratada de modo fiel e o mais perfeito possível, como uma imitação da natureza é reconfortante ver e sentir a paisagem verdejante... as montanhas limpas de recentes construções e os quintais ainda com bananeiras e outras árvores a lembrar antigos pomares e hortas, de onde eram colhidas as frutas
ou a couve e outras verduras para compor a farta mesa mineira.

As pinturas de Weigel, assim com a de outros paisagistas dotados de sensibilidade e domínio técnico, nos levam de volta a um passado ainda recente, mas já distante de todos nós,
especialmente, moradores da cidade. Aprecie!

*para ver as outras telas, volte ao site; em Arte, clique em Pinacoteca e depois no nome do artista.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Wilson Vicente pinta paisagens
luminosas e nostálgicas

Outro excepcional paisagista mineiro é o artista Wilson Vicente. Nascido em 1951, em Cataguases, possui hoje carreira sólida, construída a partir de seus próprios esforços. Como autodidata, desenvolveu-se nas artes plásticas aprendendo sobre cores com o artista Raimundo Costa e acompanhando desde sempre a pintura técnica e perfeccionista de Edgar Walter.

Em cores luminosas, suas telas são um retrato fidedigno da paisagem  rural ou urbana  sobre a qual lança seu olhar, imbuídas de uma atmosfera lírica e poética, em que o homem está sempre presente. Chegam à perfeição suas nuvens, tanto em dias ensolarados, quanto enevoados, e a vegetação exuberante com árvores e folhagens floridas.


Neste "caminho das Lages", em que retrata a paisagem colonial ouro-pretana, ele resgata o cotidiano quase rural que a cidade exibia no século passado, pelo menos, até os anos 1960. A figura do tropeiro e sua mula com balaios carregados, lembra costumes que não voltam mais...



terça-feira, 13 de setembro de 2011

As paisagens de Rubens Vargas 
são como fotografias pintadas à mão



Nascido em Curvelo, em 1948, Rubens Vargas interessou-se pelo desenho desde muito cedo e, na juventude, mesmo sem cursar Artes, tornou-se um promissor artista autodidata,
retratando cenas e paisagens bucólicas.

Nos anos 1980, passou a contar com ensinamentos de pintores renomados, como Edgar Walter
e Alberto de Oliveira, dedicando-se a aprender técnicas que, hoje, fazem dele um dos mais expressivos paisagistas da atualidade.

Sua telas são como fotografias pintadas à mão, em que as cores se impregnam da atmosfera
(rural ou urbana) da paisagem retratada no ato da pintura. Entre belas naturezas-mortas
e ou cenas bucólicas, encontra-se ainda a paisagem das cidades coloniais mineiras,
especialmente Ouro Preto.



terça-feira, 6 de setembro de 2011

O gaúcho Carôllo (filho) pintou sua terra natal
e a paisagem colonial mineira.

Também pintores gaúchos se encantaram com a paisagem colonial mineira, especialmente a da bela e barroca Ouro Preto.


Esta paisagem foi pintada pelo porto-alegrense Edy Gomes Carôllo (1921-2000), dois anos depois de ser premiado, pela segunda vez, no Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1970.

Ele aprendeu a pintar com seu pai, o premiado artista Sobragil Gomes Carôllo (1896-1974), também gaúcho, que estudou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e depois, em Paris, França. E traçou caminho semelhante ao do pai.

Depois de sua primeira exposição, ocorrida em Pelotas, em 1941, foi viver no Rio de janeiro. Lá conquistou o Prêmio Viagem ao Exterior, em 1955, vivendo dois anos em Paris, onde chegou a realizar exposição individual. Embora sua pintura se caracterize pela fidelidade ao real, nos primeios anos de aprendizagem, dedicou-se a estudar outros pintores, especialmente os impressionistas franceses.



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Miguel Gontijo, premiado como
"melhor artista contemporâneo brasileiro"


Além de artista, Miguel Gontigo é filósofo e historiador. Realiza sua pintura lançando mão de todo o conhecimento que dispõe – informações do mundo da Arte, da Literatura e da História. Por isso, suas telas são carregadas de símbolos, códigos e outras anotações de cunho arqueológico.

Ele começou a estudar arte aos quinze anos, quando se mudou de Santo Antônio do Monte, sua terra natal, para Belo Horizonte, indo estudar na Escola Guignard em 1968. Lá descobriu sua aptidão para o desenho e a pintura. A partir de então, participou de exposições coletivas e individuais em todo país, recebendo premiações em diversos salões de arte. Até 1992, pintava especialmente aquarelas, passando, então, a se dedicar ao desenho e à pintura.

Este ano, recebeu o Prêmio Mário Pedrosa - Melhor Artista de Linguagem Contemporânea -2011, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte. O prêmio pode ser visto como a consagração de sua longa e produtiva carreira, que já, havia conquistado prestígio internacional, com a circulação de suas obras na França, Bélgica e Alemanha e, especialmente, a partir de 2000, graças a entrevista veiculada pelo artistabelga Michael Borremann em diversos canais culturais da TV Européia. Em 2009, além de exposição individual, lançou primoroso livro, com o registro de sua trajetória e mais de 500 obras, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.





quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Durval Pereira, artista diversas vezes premiado

Nascido em São Paulo, a paixão de Durval Pereira (1917-1984) sempre foi a pintura. Com a morte do pai, precisou ingressar muito jovem no mercado de trabalho, para ajudar no sustento da família, até que, ao receber o prêmio de menção honrosa no Salão Paulista de Artes Plásticas, em 1944,pôde se dedicar integralmente à pintura.

A partir daí, sua trajetória foi marcada por centenas de premiações, tanto no país, quanto no exterior, embora, alguns biógrafos afirmem que “sua maior tristeza era ser pouco reconhecido no Brasil”. Aqui, foi premiado em São Paulo, Santos, Jaboticabal e também em Porto Alegre e, fora do país, na França (Paris, Lyon, Rouem), Itália (Roma e Milão) e Estados Unidos (Miami).

Curiosamente, no dia de seu falecimento, recebeu a notícia de que havia recebido premiação máxima em artes plásticas na Itália: “La Madonina de Milano”.