quinta-feira, 17 de novembro de 2011

http://www.arteemouropreto.com.br/

Milton Dacosta pintou Ouro Preto
com preceitos da arte moderna

A coleção de pinturas que originou o projeto virtual Arte em Ouro Preto está mais rica com tela do pintor Milton Dacosta (1915-1988), adquirida neste mês de novembro.


Intitulada Ouro Preto, trata-se de paisagem peculiar da velha cidade, sem as igrejas ou o casario barroco que hoje lhe conferem charme e fama internacional. Retratada em 1935 (em momento que a cidade amargava o desprestígio de ser preterida como capital do estado de Minas Gerais), a tela traz casas simples em rua de terra, revelando as origens da cidade.

Nesta época, o pintor integrava o Núcleo Bernadelli (1931-1941), composto por pintores que faziam oposição ao modelo tradicional de ensino da Escola Nacional de Belas Artes – Enba, Rio de Janeiro. Influenciados pelos princípios da pintura moderna, esses artistas preocupavam-se antes com os elementos da própria pintura – a cor e a pincelada, por exemplo – em detrimento do tema a ser pintado, que então pouco interessava.

Na tela recém-adquirida, percebe-se que Dacosta não se deteve em temas e ou elaborações demoradas, mas na captação sintética da estrutura plástica da própria pintura. Como se vê, a própria cidade é menos importante ao seu fazer artístico – econômico, ditado pelo uso expressivo da cor, por meio de pinceladas modulares e estruturais, que não refletem necessariamente a realidade ou o momento retratado.

Traço significativo que vai se perpetuar em sua obra, sobretudo, no final da década de 1950, quando, ao voltar da Europa, onde pôde conviver com várias artistas modernistas, entre eles, Braque, Matisse, Modigliani, Mondrian e Picasso, vai se aproximar do cubismo analítico e, mais tarde, do abstracionismo.


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