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TELAS DE NELLY FRADE
Duas novas telas da artista artista Nelly Frade (1913-1988) passam a fazer parte da coleção
Sala Ouro Preto, retratando de modo particular a paisagem barroca ouro-pretana.
Com simplicidade, ela mostra a paisagem colonial da cidade envolta em brumas, que
desenham a atmosfera barroca e religiosa da cidade setecentista.
Numa paisagem,
que intitulou "Ouro Preto", ela evidencia o relevo íngreme que levou os primeiros
habitantes a erguerem seus templos, de forma aleatória, nos topos dos morros. A
composição é pontuada por torres e fachadas de igrejas que despontam numa atmosfera
densa mas, ao mesmo tempo, etérea, desmanchada pelo recurso enevoado da pintura.
Na outra tela, a imagem de uma santa coroada e de mãos postas domina a cena.
Pura e celestial, ela se mostra numa outra dimensão – leve e sublime, a pairar
sobre a cidade – que se diferencia da concretude da paisagem barroca. Não apenas
simbólica, mas pictoricamente, a artista expressa de maneira comovente a oposição
entre o divino e o terreno, o espiritual e o material.
Mineira de Belo Horizonte, Nelly fez parte da primeira turma de alunos de Alberto da Veiga Guignard, na escola
que ele fundou a convite do então prefeito Juscelino Kubistchek, nos anos 1940,
em Belo Horizonte, ao lado e artistas como Mary Vieira e Mário Silésio. Ao longo da carreira, la
teve vários trabalhos premiados nos salões de arte moderna, nos quais ingressou
desde a primeira edição, em 1952. Além de exposições individuais, participou de
mostras coletivas de artistas mineiros em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
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